quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

EU TE ODEIO MAS AMO SER TU

Há Sem-terra (o esperto que não foi, não é, não sabe e nem quer aprender a ser agricultor) que sonha com a desapropriação do injusto latifúndio de dez mil hectares e a divisão dele em justos duzentos minifúndios de cinqüenta, para poder ir comprando, com justiça, as partes dos bebe-terras, até tornar-se um “pobre sem-terra”, com um minifúndio de dez mil hectares. Resumindo: “Nós, os pobres, somos uma turma que afirma ser explorada pela odiosa turma da burguesia à qual queremos, amorosamente, pertencer” (vide número de apostas no cassino do governo). E como não nos convidam, a gente inventa, junto com certos ministros, algumas reforminhas daqui e outras dali e, no final, não dá nada certo porque, apesar de terem sido criados ministérios para tudo, esqueceram de criar o “ministério da revolução humana”.

( Aldo Urruth)

TURMAS

"A burguesia é uma turma
Que explora a turma
Que quer entrar para a turma
Da burguesia."


( Aldo Urruth )

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

" SÚMULA FUZILANTE" ou "O USO DA CAMISINHA DA LEI"

Eu tenho acompanhado, por meio da nossa Zero-Hora e pela televisão, as discussões que o meio jurídico vem mantendo a respeito da Súmula Vinculante e quero externar minha opinião sobre isto: Sou a favor da criação da "Súmula Fuzilante", ou seja: Levar ao "paredão" todos, e tão somente eles, os corruptos e corruptores, que são os causadores de todos os outros males nacionais porque, é minha opinião, só assim a Lei será respeitada e a Norma será eficaz. Não sou Advogado, mas sei bem o que eles, corruptos e corruptores, são capazes de fazer utilizando-se do princípio da flexibilidade da Lei, que deve servir, nas sociedades civilizadas, para acompanhar a dinâmica social mas que os corruptos utilizam, por meio do compromisso dos Advogados em defender todos, para escaparem das penas. Eles têm todas as ferramentas necessárias para continuarem impunes. Nem os índios são inimputáveis mais ( pelo que minha ignorância me informa). Só eles o são. Talvez se os crimes de corrupção fossem, deixando de lado a minha sede de vingança, transformados em " crime hediondo" , de "traição à Pátria" ou de outra terminologia qualquer, e recebessem penas como "Prisão Perpétua", acompanhada do seqüestro e bens e "tabalho forçado", precisaríamos condenar meia-dúzia e os outros colocariam "as barbas de molho". O problema é que, nos seus Kits de "Corruptossobrevivência", eles têm o poder de criar suas próprias leis e pseudopenalidades e, além disto, o dinheiro público roubado para contratar os melhores cérebros jurídicos (os que conhecem melhor os atalhos para fugas da Lei) e que, por dever profissional, precisam despojar-se de suas próprias consciências e defendê-los, mesmo sabendo de suas culpas. Resumo: para eles sempre há saída, para nós apenas "entradas" por onde eles nos "penetram", com a "camisinha" da Lei.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

NOSSA OBRA

Como é triste o ser humano
Ter que isolar-se de si
Com medo até de guri
Neste viver tão insano
Porque é uma ponta de cano
A batuta dessa orquestra
Que mata rouba seqüestra
Tornando-nos presidiários
E sem sermos nem primários
Nossa liberdade arresta.

E a rica e a modesta
Famílias no abandono
Passando noites sem sono
Porque regendo essa orquestra
Muito já se viu à testa
O prefeito o deputado
O PM e o delegado
Com soldo da sociedade
Sendo peões na verdade
Do crime organizado.

E vem da politicalha
Que mente em sociologia
Em absurda algarvia
Que defende e espalha
A solução mais canalha
Que é reduzir a idade
Para a imputação penal
Sendo que há necessidade
De mais sensibilidade
Para conduzir o social.

Pois só com o capital
Para a construção de prédio
Nunca se fará o remédio
E a cimento areia e cal
Jamais vão curar do mal
E ao agir na conseqüência
Negarão a própria ciência
Prendendo gente pequena
Que desde a sua nascença
Já começa a cumprir pena.

O que é preciso é vergonha
E vontade de mudar
Ao invés de aí ficar
Como um bando de pamonha
Querendo matar cegonha
Para resolver o problema
Parem de fazer cinema
E obras de ficção
Pois para este teorema
A vontade é solução.

E o que há de mais urgente
Do qual depende o sucesso
É extirpar do congresso
E da justiça doente
Esse câncer recorrente
Que volta a cada eleição
Trazendo a corrupção
Cada vez mais resistente
E a gente preso impotente
Vendo morrer a nação.

Depois é deixar o povo
Eleger prioridades
E expressar nossas vontades
Construindo um país novo
Onde possa todo ovo
Ter ninho para ser chocado
E depois de descascado
Quirela e um bom galinheiro
Onde não seja cooptado
Pelos galos quadrilheiros.

Porque aí é que o perigo
Já principia a rondá-los
E sem ninguém para amá-los
Logo que cai o umbigo
Conhecem o único amigo
Que os alimenta e acolhe
Então a infância encolhe
O adulto chega mais cedo
E sem opção escolhe
Um fuzil como brinquedo.

Vamos falar a verdade
Chega de demagogia
Que a culpa dessa anarquia
No campo e na cidade
É de toda a sociedade
Daquele que vota errado
Ao político arrendado
Que vive criando imposto
Para pagar o emprestado
Ao corruptor sem rosto.

Também têm culpa de mais
O bando de irresponsáveis
Os famintos insaciáveis
Que não passarão jamais
De atletas sexuais
Não que sexo seja feio
Não vamos fazer rodeio
É bom andar namorando
O que não pode é do meio
Sair criança penando.

Pois esses atos impensados
E ademais inconseqüentes
Deixam muitos inocentes
Órfãos de pais mal criados
Pelo mundo atirados
Muitas vezes pela rua
Cobertos só pela lua
Dormindo em papelão
Descobrindo a vida crua
Sem amor nem proteção.

Enquanto seguem no esporte
Os campeões e suas conquistas
Verdadeiros recordistas
Da ejaculação mais forte
Onde só eles têm sorte
E a guaiaca sempre cheia
Para os vícios e a função
Mas precisam de maneia
E freqüentar a cadeia
Para pagar a pensão.

É conclusão enganosa
Culpar só a governança
E condenar a infância
Que se torna criminosa
Pois mesmo que vergonhosa
A verdade é hialina
E de forma cristalina
Vê-se que o que nos acossa
Essa maldade menina
É só a infância da nossa.

( Aldo Urruth)